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05/06/2018

UTILIZAÇÃO DE INDICADORES NA GESTÃO ESCOLAR - ALGUMAS CONSIDERAÇÕES E SUGESTÕES

Maria Ângela P. R. Innocente
A avaliação pode ser discutida sob diversos aspectos. Tomemos a avaliação da aprendizagem, entendida como:
- instrumento para ajudar o aluno a aprender;
- tem a função de diagnóstico e acompanhamento do processo de ensino-aprendizagem;
- permite ao professor rever procedimentos e replanejar o trabalho;
- permite ao aluno perceber avanços e dificuldades ( metacognição );
- deve ser um processo contínuo;
- deve considerar que os alunos possuem ritmos diferentes, atingem pontos de chegada em momentos diferentes, através de diferentes caminhos.
Já a avaliação institucional utiliza indicadores, como os resultados do SARESP (sistema de avaliação de rendimento do Estado de São Paulo), dados de evasão, registros das aprendizagens, podendo seus resultados serem discutidos nas Horas de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC), para uma intervenção mais adequada e diferenciada, que possa alterar os resultados destes indicadores.
Antes de prosseguirmos nesta linha de discussão, retomemos algumas concepções e valores da Escola:

Do século XX                                                               Do novo Milênio
Indivíduo Homem Cidadão
Discriminatória Sociedade Democrática
Elitista Educação Inclusiva
Receptivo Aluno Participação
Ensino Ensino/Aprendizagem Aprendizagem
Quatro Paredes Espaços de aprendizagem Potencialização dos espaços
Homogênea Classe Heterogênea
Invariável/Linear Metodologia Diversificada
Giz/Lousa Recursos Diversidade de Materiais
Autoridade Relação Professor/Aluno Parceria e Apoio
Classificatória/Punitiva Avaliação Diagnóstica/Contínua

Fonte: Caderno de Transparências - Circuito gestão - Módulo II - Gestão Pedagógica, p. 45
Então, a escola, mediante os resultados obtidos em seus indicadores, por meio de registros adequados e compreensíveis destes, poderá utilizá-los para discussões e diagnóstico das razões de obtenção de cada um deles, construindo coletivamente metas e ações a serem atingidas para alterá-los no que for pertinente, estando cada ator deste trabalho coletivo engajado nestas mudanças.
Para tal, é necessário que o planejamento e as HTPCs possam ter momentos de retomada destes dados, oportunizando aos envolvidos a apropriação de sua práxis (ação-reflexão-ação), ou seja, segundo Nóvoa, o professor-reflexivo/ professor-pesquisador. Para Nóvoa, a profissão de educador tem por desafio a permanente atualização sobre as novas metodologias e o desenvolvimento de práticas pedagógicas cada vez mais eficientes.
Nesta construção coletiva, será importante a atuação do Coordenador Pedagógico e do Diretor, oportunizando espaços/tempos para a reflexão, oferecendo subsídios teóricos e apoio ao trabalho do professor e até, se necessário, com apresentação destes à comunidade escolar, para que todos se envolvam nesta construção.
Afinal, "a definição da Educação como prática social induz a uma reflexão crítica da prática educacional vigente" (Circuito Gestão, Módulo II, p. 17).
Estudar/discutir estes aspectos poderá, e muito, auxiliar na melhoria da qualidade do trabalho docente/discente, na qualidade das relações interpessoais e na construção da escola do novo milênio, que atenda à necessidade da democratização do ensino, entendida não somente esta democratização como acesso e permanência do aluno na escola, mas sim como acesso, permanência e qualidade.
Referências Bibliográficas:
CADERNO DE TRANSPARÊNCIAS - Circuito gestão - Módulo II - Gestão Pedagógica, SEE, 2000.
NÓVOA, António. Professor se forma na escola. Revista Nova Escola, nº 142, maio de 2001. Seção Fala Mestre.

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