Páginas

22/10/2018

TAXA DE EVASÃO NO ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO SOBE 23%



Taxa de evasão no ensino superior brasileiro sobe para 23%, revela pesquisa

Levantamento mostra que crise econômica impactou na evasão aumentando os desafios na retenção dos universitários brasileiros

Os resultados da pesquisa com mais de 50 mil pessoas de todo o País, realizada pelo Quero Bolsa, principal plataforma de inclusão de estudantes no ensino superior brasileiro por meio de bolsas de estudo, acabam de ser lançados no ‘Panorama do Ensino Superior Privado do Brasil’. O levantamento mapeou mais de 1.300 Instituições de Ensino Superior particulares (IES), o que representa mais de 85% do mercado nacional, em todos os estados.

Analisando os dados dos Censos da Educação Superior, do Ministério da Educação, desde 2011, o estudo identificou que a evasão de estudantes das universidades brasileiras sofreu uma piora substancial a partir de 2015, que foi de 19% em 2011 para 23% em 2016. Essa piora é puxada, principalmente, pela crise econômica que o País sofreu a contar daquele ano e, particularmente, nos cursos presenciais, por conta da redução elevada nos contratos do Fies no final de 2014.


A evasão é a principal preocupação das Instituições de Ensino Superior (IES), tão importante quanto a captação e pode gerar outros desafios. “O aluno sofre uma descontinuidade no seu ciclo de aprendizagem e profissionalização, o que gera uma incerteza sobre sua capacidade de ser absorvido pelo mercado de trabalho, principalmente em funções cuja exigência de qualificação é maior”, afirma Marcelo Lima, diretor de relações institucionais da plataforma Quero Bolsa.

A visão dos alunos

Um dos fatores determinantes à retenção dos universitários brasileiros é o poder aquisitivo. Este cenário é confirmado na pesquisa que revela a visão dos 50 mil alunos, em que todos os perfis analisados (sejam de evadidos, cursando ou formados) afirmam que a principal razão da evasão é falta de renda ou de capacidade para manter em dia o pagamento das mensalidades. Em segundo lugar, alegam que evadem devido a outros compromissos pessoais/profissionais, fato ocasionado pela falta de flexibilidade que a maioria dos cursos presenciais possuem. E, depois, a falta de identificação com o curso.

Os desafios são ainda maiores se somados o desemprego em alta, a escassez de programas de estímulos de inclusão de alunos e o preço das faculdades que cresceu acima da inflação. O Índice Nacional de Preços de Mensalidades - Quero Bolsa (INPM-QB), registrou alta de 7,7% no ensino a distância (EaD) e de 6,3% em cursos presenciais no 2º semestre de 2018, comparado a igual período do ano anterior.

A reconquista dos alunos evadidos

A perspectiva positiva é com relação aos estudantes que evadem e posteriormente voltam a estudar, chamados de winback e que representam a evasão líquida.

O acumulado de alunos evadidos representa mais de 60% do total da safra de 2011 até 2016, mas quando descontados os alunos de winback a evasão acumulada desta safra cai consideravelmente para o nível de 40%. “Existe uma diferença de 20% de alunos da captação que evadiram e voltaram a estudar depois. Isto significa que, mesmo diante de todos os desafios, há muitas pessoas em busca do diploma e um nicho importante a ser explorado pela IES”, aponta Lima.



Visão dos alunos para o EaD

O Quero Bolsa também aplicou perguntas para entender melhor como os alunos enxergam o universo do ensino a distância e detectou que os graduandos, independentemente da modalidade de origem cursada, acreditam que os profissionais oriundos de estudos de EaD e presencial possuem a mesma valorização no mercado de trabalho. Outro ponto de concordância entre os alunos de diferentes modalidades é o de que o preço é um fator preponderante na escolha pelo EaD. Entre todos os perfis de alunos, os preços menores continuam reinando como determinante para a decisão de cursar a modalidade a distância.

(Fonte: Quero Bolsa)

Nenhum comentário:

Postar um comentário