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28/06/2019

BUSCADOR PARA ACOMPANHAR O PREENCHIMENTO DE VAGAS NO ENSINO SUPERIOR

O Quero Bolsa lança um buscador que mostra o percentual de vagas não preenchidas no ensino superior nacional. Veja o levantamento.
Nova ferramenta do Quero Bolsa permite acompanhar o preenchimento de vagas no ensino superior
Com a ociosidade acima de 50% por dois anos consecutivos, plataforma lança buscador que mostra a taxa de vagas não preenchidas em cursos presenciais oferecidos em todo o País
A combinação explosiva de desemprego e escassez de programas de estímulos tem dificultado o ingresso de estudantes ao ensino superior. Diante disso, o Quero Bolsa, principal plataforma de inclusão de alunos no ensino superior, lançou um buscador que mostra como está o preenchimento de vagas em cursos presenciais. Os resultados são apresentados em nível nacional, estadual e municipal e estão disponíveis a todos os interessados em www.querobolsa.com.br/vagas-nao-preenchidas-no-brasil
Ao preencher somente o nome do curso, o buscador apresentará o percentual de vagas não preenchidas para ele, no Brasil. Ao informar também o estado, o recorte passa a ser estadual. Para saber a ociosidade em um determinado município basta adicionar também o nome da cidade. O buscador usa a base de dados do Censo da Educação Superior 2017, a mais recente disponível, para calcular as vagas não preenchidas.
“Esta informação interessa primeiramente aos estudantes que, a partir de agora, podem saber como anda o interesse pelo seu curso na região onde moram. Além deles, profissionais de educação, gestores de instituições de ensino superior e jornalistas que cobrem a área têm uma ferramenta simples para avaliar como estão as demandas pelos cursos em relação às vagas oferecidas”, explica Marcelo Lima, diretor de Relações Institucionais do Quero Bolsa.
A ferramenta traz também a evolução do percentual de vagas não preenchidas entre 2010 e 2017. Nela é possível ver que a ociosidade no ensino superior ficou acima de 50% em 2016 e 2017. Veja o gráfico.
Fonte: Quero Bolsa/INEP
Podemos afirmar que durante os anos de Fies farto e concessão de crédito em larga escala, as instituições de ensino superior verificaram uma queda na ociosidade ao mesmo tempo que expandiram a oferta de vagas, na expectativa de atender a um volume cada vez maior de alunos. 
O mínimo foi registrado em 2014, ano em que o governo federal ofertou 732 mil contratos de financiamento, quase 10 vezes mais do que em 2010. A partir de 2015, com as restrições para concessão de novos contratos do Fies e o crescimento do desemprego, principalmente entre os jovens, a ociosidade deu um salto. Em apenas dois anos passou de 40,7% para 52,9%, alta de 12,2 pontos percentuais. Foram necessários quatro anos de forte oferta de financiamento e taxa de desemprego baixa para haver um recuo de 8,4 pontos percentuais. 
Diante da elevada ociosidade, as instituições de ensino vêm realizando ajustes na quantidade de vagas, ampliação das bolsas de estudo e readequação da oferta de cursos. 
Onde sobram vagas
Como é de se esperar, a ociosidade concentra-se nas instituições de ensino privadas devido ao fator custo para o aluno, ou seja, a cobrança de mensalidade em oposição ao ensino gratuito disponível nas instituições de ensino públicas. Além disso, a rede privada  concentra 3 em cada 4 alunos matriculados no ensino superior, o que faz com que o volume de vagas também seja proporcionalmente maior. 
Uma característica inerente ao ensino superior privado gerido por grupos com fins lucrativos é manter uma taxa natural de ociosidade, que deve girar em torno de 25% das vagas oferecidas. Tal número permite ajustar-se à demanda de cada curso, absorvendo novos interessados e gerenciando as vagas excedentes.
Porém, como fica claro, as instituições de ensino privadas têm operado com índices de ociosidade muito maiores.
O maior volume de vagas não preenchidas está nas instituições com fins lucrativos, onde a ociosidade chegou em 2017 em 59,6%. Apesar de alta, houve um leve recuo na comparação com 2016, ano em que o índice registrado foi de 61,3%. As instituições sem fins lucrativos também registraram movimentos semelhantes, com a ociosidade recuando de 56,9% para 55,5%.

Na rede pública, a ociosidade geral não é problema. Ela se mantém praticamente estável, com as instituições federais registrando a menor taxa de vagas não preenchidas, 7,5% (7,6% em 2016). As públicas estaduais atingiram 13% de vagas não preenchidas em 2017, contra 12,8% no ano anterior. 
Vagas não preenchidas por estado
São Paulo é o sétimo estado entre os que registram os maiores percentuais de vagas não preenchidas, com 53,8% de ociosidade no sistema, portanto acima dos 51,5% registrados no Brasil. No topo do ranking está o Distrito Federal.
Fonte: Quero Bolsa/INEP
O gráfico a seguir mostra o percentual de vagas não preenchidas nos cursos mais procurados pelos estudantes no estado de São Paulo. 
Fonte: Quero Bolsa/INEP
Para o diretor de inteligência educacional da plataforma Quero Bolsa, Pedro Balerine, os números estão em linha com as expectativas. “Uma ociosidade acima de 50% é muito ruim para as instituições de ensino, pois deixa claro que houve um descasamento entre oferta de cursos e demanda por parte dos alunos. O movimento natural é que as instituições de ensino revisem seu portfólio de cursos, pois não é sustentável manter uma estrutura inchada. A leve queda ocorrida em 2017 mostra que esses ajustes continuam a ocorrer. O fato é que este movimento de correção é gradual e ainda vai acompanhar o setor por algum tempo”, explica Balerine. 

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