BOLETIM APASE 05/2021
Manifestação APASE sobre as funções dos Supervisores de Ensino
…e a polêmica envolvendo o dirigente que sugere a professores e supervisores que limpem o mato das escolas.
Vem circulando nas redes sociais um vídeo em que um Dirigente Regional de Ensino sugere que Supervisores e PCNPs (Professores Coordenadores do Núcleo Pedagógico) ‘peguem roçadeiras para capinar o mato das unidades escolares’.
Primeiro, é importante que se diga que não há nenhum demérito no trabalho realizado pelas pessoas que cuidam da infraestrutura física de nossas escolas. O trabalho de manutenção das unidades escolares, seja ele o de jardinagem ou de limpeza, por exemplo, é fundamental para o desenvolvimento do processo pedagógico. Por isso, todos esses trabalhadores merecem nosso respeito e gratidão.
Da mesma forma, é preciso entender que o papel do Supervisor de Ensino, muitas vezes, é desconhecido até mesmo por gestores que representam a própria Secretaria da Educação, dentre eles, os Dirigentes Regionais.
Enquanto função de Estado e de Sistema, cabe a nós, supervisores de ensino, o trabalho de apontar não somente os problemas do sistema educacional, mas também as causas e orientar as equipes sobre suas possibilidades de ação.
E, em tempos de pandemia, é importante ressaltar que a vistoria das unidades também cabe aos supervisores que, anualmente, fazem visitas às escolas, para atestar quais as condições estruturais para o retorno às atividades letivas. Trabalho este, até então, invisível.
É nossa responsabilidade notificar a falta de estrutura de prédios escolares ou a falta de material adequado para o início das aulas, quer seja por falta de limpeza e conservação em seu interior e exterior no terreno da escola, ou por não atender aos protocolos de segurança para o retorno das atividades presenciais, não possuir sanitários em condições de uso, ou não dispor de equipes completas que possam garantir as orientações aos estudantes e o cumprimento dos comportamentos que impedem ou minimizam a propagação do vírus.
Também faz parte de nosso trabalho comunicar os órgãos da Secretaria de Educação, incluindo a Diretoria de Ensino, sobre a falta de recursos ou funcionários. Mas não é nosso papel culpabilizar ou mesmo pressionar a direção e as equipes escolares, para que a precariedade em que se encontram não se torne pública, a fim de proteger o governo.
Pelo contrário, cabe a nós exigir que o Estado cumpra com suas obrigações, para que todos os envolvidos neste complexo sistema tenham segurança e condições de desempenhar suas atividades, todas elas indispensáveis e fundamentais em nossa sociedade.
Por fim, entendemos que ao justificar suas falas, ao invés de se retratar pelos equívocos cometidos, os gestores da SEDUC demonstram não entender com profundidade o contexto educacional em que todos nós, servidores públicos, estamos inseridos, de forma que não poderão realizar as devidas orientações técnicas. E por isso, talvez, também não compreendam o papel de Estado e de sistema que a Supervisão de Ensino exerce e que só lhes poderá ser compartilhado com o devido diálogo com a sua legítima entidade representativa. O Sindicato.
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