Em 1885, uma jovem de 18 anos chamada Elizabeth Cochrane leu uma frase que incendiaria sua alma:
“Para que servem as mulheres? Para ter filhos e cozinhar.”
Foi como um soco no estômago.
Mas, em vez de recuar, ela reagiu.
Pegou papel e caneta e respondeu — com raiva, com coragem, com argumentos que rasgavam o silêncio.
Assinou com um pseudônimo, porque o mundo não aceitava mulheres que pensavam.
O editor ficou sem fôlego.
Nascia ali Nellie Bly.
E com ela, uma revolução no jornalismo — feita de audácia, verdade e sangue nas palavras.
Mas Nellie não queria escrever sobre chapéus nem salões de chá.
Queria mostrar o inferno das operárias, a podridão dos poderosos, o grito sufocado dos que ninguém ouvia.
Aos 21 anos, viajou sozinha para o México e voltou com uma crônica que queimava: pobreza, censura, abuso.
Aos 23, decidiu ir mais fundo: fingiu loucura e foi internada no manicômio de Blackwell.
Dez dias vivendo o terror: gritos intermináveis, agressões, comida estragada, o frio que gelava até a alma.
Sobreviveu.
E escreveu um relato que abalou os Estados Unidos.
As leis mudaram. Mulheres esquecidas deixaram de ser fantasmas.
Mas ela ainda não havia terminado.
Inspirada por Júlio Verne, deu a volta ao mundo — sozinha.
Voltou em 72 dias, 6 horas e 11 minutos.
O mundo, pela primeira vez, aplaudiu uma mulher por ser corajosa e livre.
Inventou dispositivos industriais. Dirigiu uma empresa.
Foi correspondente de guerra na Primeira Guerra Mundial.
E nunca, nunca deixou de escrever.
Mesmo quando diziam que não podia. Que não devia. Que não era seu lugar.
Mas Nellie Bly nunca pediu permissão.
E é por isso que hoje seu espírito vive:
— em cada mulher que escreve com a alma;
— em cada menina que ousa questionar;
— em cada mãe que ensina sua filha a não se calar;
— em cada mulher que viaja sozinha, que pensa alto, que enfrenta o mundo de cabeça erguida.
Porque há palavras que são mais afiadas do que espadas.
E há mulheres que, como Nellie, nascem para incendiar o mundo — com verdade, coragem e tinta.
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