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28/05/2018

REFLEXÕES SOBRE OS CAMINHOS E OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO

Resumo:
A avaliação de sistema é assunto corrente na Educação, principalmente a partir dos anos 90.

Nesse panorama, vinculam-se os resultados da avaliação aos de mérito individual e da escola, com premiações e ranqueamentos, perdendo o sentido de avaliar para propor intervenções que alterem a situação, ouvidos também os atores escolares e dando-lhes condições de trabalho em que realmente o quadro possa ser modificado.

Assim, na discussão empreendida no artigo, faz-se uma diferenciação entre avaliação e mensuração e busca-se entender o cenário em que essas práticas ocorrem.

Palavras-chave: Avaliação de Sistemas. Mérito. Gestão. Políticas Educacionais. Reforma do Estado.

Introdução
A fim de explicitarmos o contexto em que as discussões serão empreendidas, iniciamos a abordagem com uma rápida retomada histórica.

No modo de produção capitalista, os exames buscavam verificar se a força de trabalho produzida pelas escolas ocorria em quantidade e qualificações adequadas ao atendimento do sistema ocupacional (OFFE, 1990).

A escola, como instituição social vinculada a determinada sociedade, devia adequar as qualificações dos operários para se adaptarem ao trabalho contínuo, fiscalizados por capatazes, cabendo também à fábrica treinar seus operários.

Durante o século XIX, ocorre a disseminação de exames e diplomas, num controle estatal da certificação. Nesse contexto, a escola atendeu à consolidação dos Estados nacionais e do capitalismo, na transição do século XIX para o XX.

Como reflexo do taylorismo, forma de organização do trabalho que ganha grande importância no começo do século XX, utilizam-se os testes objetivos na sala de aula, traduzindo-se na uniformização e na mensuração.

Nos anos 20 e 30, priorizaram-se os testes nas avaliações, justificando-se os desempenhos de forma individual. Dos anos 30 aos 60, a avaliação passou a denominar-se avaliação educacional, devendo por meio de testes, questionários, fichas de registro de comportamento, verificar o alcance de objetivos pré-estabelecidos e o rendimento dos alunos (MOREIRA, 2004).

A partir de meados dos anos 60 a avaliação se profissionalizou tendo como princípios essenciais a participação, a negociação e vinculação às questões de poder.

Havia um conflito entre o quantitativo e o qualitativo, que não foi ainda totalmente superado e não se resume à semântica, vincula-se a questões filosóficas e políticas, à finalidade da avaliação e à concepção de mundo dos avaliadores.

Nas décadas de 1960 e 1970, a avaliação baseou-se na crença liberal de que os problemas poderiam ser superados caso fossem identificados e discutidos pelas ciências sociais, com políticas e investimentos adequados, que teriam sua eficácia verificada pela avaliação.

O Estado de bem-estar deslocou a ênfase das políticas para as necessidades dos cidadãos, exigindo avaliações dos serviços oferecidos para assegurar equidade, racionalidade, transparência e qualidade dos programas, cujos indicadores obtidos representavam a relação entre o Produto Interno Bruto (PIB), a qualidade de vida e o progresso.

Dessa forma, no período de cerca de 1965 e até os anos 80, predominou o positivismo, o gerencialismo, o objetivismo, a mensuração e a quantificação.

A partir de 1973, com a crise do petróleo, abalou-se a crença de que os problemas nacionais seriam resolvidos por meio de recursos generosos. Cortaram-se então os gastos nas áreas sociais e também, os financiamentos da educação.

Alterando-se o modelo do Estado de bem-estar para o neoliberalismo, enfatiza-se o Estado avaliador, não mais provedor de serviços para a sociedade, mas que exerce forte fiscalização. Se antes a avaliação tinha como propósito analisar a eficácia dos programas para torná-los mais produtivos em termos sociais, agora a lógica é o controle e a racionalidade orçamentária. Isso significou cortes de financiamento, queda da fé pública, uma preocupação com o produto, mais do que com o processo, como uma das tônicas da avaliação.

As avaliações de sistemas compõem uma política educacional vinculada à reforma do Estado, que vem ocorrendo desde os anos 80, em que se inclui a gestão educacional. Relacionam-se a medidas influenciadas por regulações de financiadores externos. Gestão e avaliação de sistema passam a ser um conjunto, visando impulsionar a produtividade, a competitividade entre escolas e o controle da qualidade de ensino, por meio de metas pré-estabelecidas.

A crise do Estado foi debitada, em parte, ao mau gerenciamento dos recursos estatais, favorecendo a reestruturação ideológica e, aliado à globalização do capital, levou os financiadores transnacionais a atuar como gerentes e avaliadores da utilização dos recursos de financiamentos. A educação é responsabilizada pela pouca competitividade do país no cenário econômico mundial. A educação deve ser ajustada às regras do mercado, associando, de forma simplista, crescimento econômico e educação, devendo atender às habilidades e competências requeridas pelo sistema ocupacional.

Os organismos internacionais redefinem o papel do Estado, buscando, por meio das reformas, torná-lo mais eficaz na prestação de serviços públicos: ajuste de contas públicas, privatização, desregulação/regulação da economia, corte de despesas, descentralização administrativa, flexibilização de relações trabalhistas, dentre outras medidas, dependendo o financiamento da educação do ajuste às políticas públicas “definidas” pelos financiadores, numa sociedade regida pela lógica do mercado. Os financiamentos internacionais não atendem à totalidade da demanda, cabendo aos atores locais também responsabilizarem-se pelas políticas, podendo utilizar os financiamentos para se isentarem de sua parcela de responsabilidade pelas políticas adotadas (AFONSO, 2001).

Contudo, são necessários investimentos para a universalização do acesso à educação (pelo menos a básica), para alterar o quadro de exclusão das classes populares. Buscam-se resultados favoráveis com minimização de recursos, no Estado mínimo. Culpabilizam-se os sistemas pelo fracasso das políticas que não são geradas por seus atores.

As políticas de avaliação “justificam admissões e demissões, ascensões e reprovações, premiações e sanções [...] liberações e cortes de financiamentos” (DIAS SOBRINHO, 2002, p. 20). As intervenções restringem-se a medidas compensatórias, numa implementação fragmentada que não melhora a qualidade do sistema.

No contexto neoliberal, a definição de qualidade não tem o mesmo sentido da tradição democrática, vinculada ao combate às desigualdades, mas se articula a justificar e atender aos objetivos do capital.
Nesse sentido, a avaliação do sistema educacional cumpre uma função ideológica, embasada em racionalidade econômica, lógica de competitividade, educação de resultados, competências, orientando as políticas públicas para a educação, sem respeitar as diferentes especificidades em que a avaliação ocorre.

Em tal contexto, há pressão para especificar e controlar tanto o ensino como os currículos, sobretudo no que se refere à eficiência, à eficácia dos custos e à responsabilidade, visando racionalizar e controlar o ato de ensinar, o conteúdo e a avaliação do currículo, exigindo a eficiência na produção de perfis que atendam ao capitalismo (habilidades e competências), substituindo os princípios democráticos e pluralistas anteriores, gerando um quase-mercado educacional.

A característica principal da avaliação é a accountability, ou seja, valorar de forma tecnocrática e exigir o cumprimento de obrigações. A prestação de contas passa a não se dar à sociedade como um todo, mas pela exigência em obter determinados resultados por meios eficientes. Prestam-se contas aos governos e aos clientes, numa cultura gerencialista e fiscalizadora.

A avaliação como responsabilização pressupõe tornar os dirigentes dos sistemas e os demais profissionais que nele atuam responsáveis pelo desempenho dos alunos, visando mobilizar na busca da melhoria da qualidade de ensino. A avaliação busca responsabilizar cada parte, numa tomada de decisão compartilhada e responsabilizada, pela detecção de onde está o problema. Alguns defensores dessa modalidade de avaliação postulam que a avaliação da eficiência melhora rapidamente a qualidade de ensino. As críticas recaem na pressão demasiada sobre os segmentos envolvidos no processo de ensino.

Muitos governos criam agências para avaliar seus sistemas nacionais de educação, como Inglaterra, Estados Unidos, França e Alemanha. Organismos transnacionais, como o BM (Banco Mundial) e a OCDE (Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico) também impõem modelos de avaliação.

Ocorrem a modernização e a privatização, chamadas de autonomia ou liberalização dos processos, controlando os resultados por meio da avaliação. A ideia de avaliação é a medida da eficiência, relacionando custos e rendimentos, privilegiando resultados de forma a permitir comparações.

Os dois organismos transnacionais que mais intervêm em educação, a partir de meados do século XX, são o BM (Banco Mundial) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em cujos documentos evidencia-se uma Agenda Mundialmente Estruturada para a Educação (DALE, 2000). Os empréstimos concedidos pelo BM, com a exigência de contrapartida, são investidos em diferentes setores, conforme a gestão da época e as condições econômicas dos países devedores. Quanto maior o endividamento, mais vulneráveis ficam os países, podendo o BM impor condições para as reformas estruturais, visando atender ao capital mundial em processo de globalização.

Na ótica eficientista, qualidade corresponde à racionalização e otimização dos processos, o que levaria à diminuição de gastos e aumento da quantidade de produtos.

Desenvolvimento:
Tendo a avaliação um sentido de poder, torna-se central nas intervenções sociais e nas reformas de Estado, ou seja, nas mudanças estruturais e nas transformações na produção. Os Estados modernos encaram a avaliação como instrumento técnico e político que legitima as transformações. Tal concepção é perpassada pela ideia de competitividade do país no cenário internacional e da eficácia e eficiência na economia.

As instituições educativas, aderindo a essa ideologia, são feridas em princípios como a autonomia e “a sua materialização na democracia representativa e colegial” (DIAS SOBRINHO, 2002, p. 41).

Ainda segundo o autor, elimina-se a avaliação como processo participativo e que alimenta as tomadas de decisão coletivamente discutidas, fazendo com que apenas afira a utilidade das instituições e do sistema, para diminuição das despesas do Estado.

Uma das características do Estado avaliador é a ênfase na desregulação e na autonomia institucional, desenvolvendo um corpo regulatório condicionando a ação institucional. Contrapõem-se regulação e desregulação, numa reforma do Estado que se caracteriza pela ruptura com os modelos tradicionais de intervenção do Estado na coordenação do sistema público de educação, formando-se um quase-mercado educacional, regulado em seus produtos pelos resultados da avaliação externa, e desregulado quanto à prestação de serviços educacionais (BARROSO, 2003).

Podemos, no entanto, discutir se o Estado avaliador não existiu sempre, dentro das regulações do Estado, ou se essa regulação, atualmente, seria definida por organismos transnacionais como o BM. Nessa hipótese, o Estado funcionaria numa lógica empresarial, com ênfase no produto. No entanto, a avaliação é necessária para definir a alocação de recursos e as políticas públicas a serem atendidas. Os sistemas de avaliação permitiriam a seleção dos indivíduos e uma gestão produtivista do sistema educativo, num mercado educacional, fundamentando as escolhas dos consumidores da educação.
O aumento da competição escolar, com publicação dos resultados das avaliações, afetará a definição dos objetivos da escola e a disponibilidade de recursos para os alcançar, podendo fazer com que os alunos sejam percebidos como matéria-prima. Nessa perspectiva, seriam selecionados como desejáveis os alunos de classes sociais mais favorecidas, a fim de melhorar o desempenho da escola e o recebimento de recursos, criando, sob a designação de diversidade, um “apartheid educacional” (AFONSO, 2001).

Corre-se o risco de, ao atrelar os resultados ao recebimento de recursos e às promoções individuais, numa gestão de produtividade, prejudicar ainda mais aqueles sem infra-estrutura para atingir melhores resultados, pois receberiam menos recursos (meritocracia), ficando a situação cada vez pior.
Nesse caso, para que tal não ocorresse, haveria necessidade de desvincular os resultados das premiações meritórias, em que os melhores recebem mais recursos. Cumpre ainda questionar como é tomada a decisão para classificar os melhores. Uma sugestão para alterar a situação seria a avaliação ser feita pelos pares, que vivenciam os mesmos problemas e, portanto, podem se aprofundar neles.
Nas discussões sobre qualidade e eficácia da escola pública, arrisca-se secundarizar a prática democrática como condição para a qualidade de ensino, pois a proposta de adoção de novos padrões de gestão envolve um conceito de produtividade, de enfoque nos resultados (e não no processo) de aprendizagem, transferindo à sociedade a responsabilidade sobre os equipamentos públicos e à escola, sobre os resultados. No entanto, o nível decisório e avaliador continua na esfera central. O discurso substitui descentralização e participação por descentralização e produtividade, ou gestão de resultados. Assim o Estado, em nível central, define as metas que devem ser alcançadas, intervém seletivamente para seu cumprimento e avalia os resultados obtidos, tornando-se somente regulador.

Para a OCDE, a avaliação é importante, pois oferece informações sobre a eficácia, a eficiência e as performances das políticas públicas, visando identificar os recursos e custos, produzindo comparações. Dessa forma, as avaliações objetivam melhorar a tomada de decisões, a destinação de recursos e a prestação de contas. A avaliação “aparece como responsabilidade contábil, medida de educação eficiente e de competitividade no mercado mundial” (DIAS SOBRINHO, 2002, p. 38).
No âmbito de intervenção social, a avaliação ultrapassa a escola e a educação, situa-se como instrumento fundamental das transformações estruturais e de produção, num contexto de reforma do Estado.

Conforme elucida Dias Sobrinho (2002),
[...]os Estados modernos não passam sem múltiplas avaliações dos seus setores [...] A ideia de competitividade do país no cenário internacional, da modernização do Estado e da eficácia e eficiência na gestão dá o sentido geral dessas avaliações [...] a avaliação é matéria de Estado e se aloja no núcleo do poder central (DIAS SOBRINHO, 2002, p. 39).
A educação é enfocada tanto como direito do cidadão e condição para sua participação política e social, quanto como condição para o desenvolvimento econômico e para inserção do Brasil no grupo dos países desenvolvidos. Verifica-se uma lógica de gestão pautada pelo controle dos produtos e resultados educacionais.

A medida da qualidade em educação não pode ficar restrita apenas ao desempenho escolar, pois há outras variáveis que a condicionam, como os investimentos financeiros em educação, a alocação de pessoal qualificado, a organização do sistema escolar, os graus de centralização administrativa, dentre outros.

No campo pedagógico, os exames acabam definindo os currículos, não só quanto aos conteúdos, mas às formas de ensinar e aprender e suas relações “em função dos objetivos que serão medidos através dos exames” (AFONSO, 2001, p. 111).

Conforme refere Afonso (2001, p. 117), a criação de um currículo nacional e de normas-padrão, bem como a realização de testes em nível nacional, são condições prévias para que se implementem políticas de privatização e de mercadorização da educação.

Todas essas avaliações podem levar a que “não se coloque luz” onde está o problema, pois é preciso definir coletivamente onde ele está. Os instrumentos indicam, mas o que vai ser feito depois, quais os objetivos da avaliação, precisam ser discutidos coletivamente. Os modelos avaliativos exigem uma tomada de decisão crítica sobre o que avaliar. O modelo de avaliação e as políticas públicas se correlacionam. Qual o objetivo? Ranquear, premiar, medir? Esta última uma etapa do processo de avaliação. Ou controlar, selecionar, promover? O que se vai fazer com a medida? As políticas públicas de avaliação não devem levar à produção de mais desigualdades, nem visar apenas à aferição de competências, à certificação para o mercado, pois quando o mercado alterar suas exigências, o que será feito? Retorna-se ao dilema entre formar e instruir. Corre-se ainda o risco de produzir excluídos dentro do próprio sistema, com títulos de valoração temporária, que atendem a demandas mercadológicas apenas.

A avaliação institucional deve ser um processo que reúne informações e dados para alimentar e estimular a análise reflexiva das práticas em busca de melhorias. A avaliação de sistemas deve produzir dados indicativos de políticas públicas para a educação. O Estado deve olhar as práticas educativas, no sentido de acompanhamento, do que os profissionais da educação e seus usuários estão pensando e como pode ajudar.

Para Prais (1990, p. 73), “a avaliação é usada como instrumento de poder do professor, e não como um momento de aprendizagem, de revisão do trabalho docente ou de comprovação para o aluno de seu progresso em direção à sistematização do conhecimento”.

Ainda neste raciocínio, Blasi avoga “a hipótese de que as avaliações dos sistemas educacionais são importantes instrumentos dos governos que seguem a política de privatização, reforçada pelo ideário neoliberal”(BLASI, 2005, p. 15).

Segundo Sousa (in OLIVEIRA, 2001), é preciso levar em consideração as contribuições da área de avaliação educacional[1], que alertam quanto à natureza valorativa dessa prática, ressaltando a importância da análise dos pressupostos que a informam e de suas consequências sócio-políticas. Atualmente, desloca-se a discussão da produção da qualidade do ensino do âmbito político/público para o âmbito técnico/individual.

Segundo Sousa,
Qualidade não é “algo dado”, não existe “em si”, remetendo à questão axiológica, ou seja, dos valores de quem produz a análise da qualidade. A emergência de critérios de avaliação não se dá de modo dissociado das posições, crenças, visão de mundo e práticas sociais de quem as concebe (in OLIVEIRA, 2001, p. 267).
A partir de 1991, organiza-se o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB), o qual se define como um sistema de monitoramento contínuo, capaz de subsidiar as políticas de ensino. Alerta que é temerário um sistema de avaliação cujo indicador nuclear seja o rendimento do aluno, instalando mecanismos que estimulem a competição entre as escolas, responsabilizando-as, em última instância, pelo sucesso ou fracasso escolar, minimizando as condições estruturais relativas à formulação e à gestão da educação, “responsáveis pela ineficiência e ineficácia do sistema de centralidade” (SOUSA in OLIVEIRA, 2001, p. 281).
Conforme Adrião (2001, p. 63),
é certo que a unidade escolar tem responsabilidades sobre o trabalho que desenvolve e no seu interior é que se produz o que, de fato, atribui significado às políticas educacionais. Logo, é nela e em função do que ali acontece que as medidas governamentais devem basear-se. É certo, também, que a ‘autonomia’ da escola pública é sempre limitada, principalmente no que se refere aos insumos, uma vez que depende das políticas governamentais adotadas [...] Portanto, quando se fala em autonomia para a escola, cabe adjetivá-la: autonomia relativa (ADRIÃO, 2001, p. 63).
Embora enfocando o SAEB, essa análise é pertinente também para outros sistemas de avaliação, dentre os quais incluímos o Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo).

Portanto, passaremos a seguir a discorrer sobre este sistema de avaliação[2].

O Saresp
Instrumentos como SAEB e o Saresp, “generalizam-se como forma de controle, busca de padronização e comparação de desempenho das unidades escolares e como instrumento norteador para a intervenção governamental”(ADRIÃO, 2001, p. 66).

Para a Secretaria de Estado da Educação de São Paulo (SEE), o Saresp operacionaliza a avaliação da SEE, subsidiando as escolas com informações sobre o desempenho dos alunos, apontando os aspectos curriculares que exigem maior atenção. Nesse instrumento de avaliação os parâmetros são pré-definidos pelo órgão central, para o produto do trabalho escolar, enfocando quais habilidades/competências o aluno de determinada série deve atingir, o que nos remete a uma concepção taylorista pela preocupação com a medida dos resultados escolares e testes padronizados (ADRIÃO, 2001).

Dessa forma, numa lógica capitalista de organização do trabalho escolar, circunscreve-se a autonomia da escola e docente à esfera de execução, no entanto, flexibilizando recursos e a ampliação da autonomia da escola para alocá-los.

Evidencia-se a fragmentação do trabalho escolar entre os que elaboram e os que executam, pois o órgão central define quais produtos devem ser obtidos e avalia se o foram.

As novas tecnologias de informação permitem um rápido e eficiente diagnóstico da produtividade da escola.

Nos dizeres de Adrião (2001),
diferentemente da ideia de participação na construção coletiva do projeto pedagógico da ‘sua’ escola, ou seja, da ideia de inclusão dos usuários na definição dos rumos dessa escola e, portanto, da avaliação de seus resultados por meio de um acompanhamento dos processos, a posição reservada aos usuários diretos da escola pública, como clientes de qualquer serviço, é a de avaliador externo de um serviço que adquiriu, a partir de padrões que não construiu, mas que lhes foram fornecidos por meio da possibilidade de aferir os resultados entre as escolas (ADRIÃO, 2001, p. 73).
Em relação à expansão quantitativa, o discurso é que já se contemplou toda a demanda, no entanto, há salas de aula superlotadas, falta de equipamentos, salários baixos, formação docente inicial e continuada aligeiradas e inadequadas.

Os testes padronizados, chamados de indicadores externos, como o Saresp, apenas marcam um momento da escola, aquele em que foi aplicado, não informando sobre a melhoria da qualidade (processo).

Para se avaliar a produtividade de uma organização é necessário correlacionar os insumos ao produto que se deseja produzir. Assim, a avaliação da produtividade da escola também precisa mostrar esta correlação e em que condições se realiza o trabalho pedagógico.

Para a SEE, a ineficácia dos sistema está expressa nos índices de desempenho da rede, pela elevação dos custos com retenção[3] e evasão[4].

A partir do governo Mário Covas e da Secretária Estadual de Educação de São Paulo, professora Tereza Neubauer da Silva, propuseram-se três diretrizes para alavancar a produtividade dos recursos educacionais como meio para melhorar a qualidade de ensino: reforma e racionalização, descentralização e desconcentração administrativa e novos padrões de gestão, para uma revisão do papel do Estado na área de prestação dos serviços educacionais. Além disso, foram propostas mudanças no padrão de gestão[5], como a racionalização do fluxo escolar (classes de aceleração); aumento da autonomia[6] administrativa, financeira e pedagógica das escolas (desconcentrou-se mais que descentralizou-se); instituição de mecanismos de avaliação dos resultados (como o Saresp).

Nos documentos da SEE, defende-se a participação popular como algo imprescindível ao aumento da produtividade dos serviços públicos, porém não há estratégia específica de como fazê-lo. Qual participação é esta? Na elaboração ou na execução, como encontramos nos documentos do Banco Mundial para a educação, em que se propõe que os pais, por exemplo, ajudem a construir escolas[7]. Para a SEE, as informações obtidas via Saresp subsidiam processos de tomada de decisão quanto a capacitação de docentes, reorientação da proposta pedagógica das unidades com baixo desempenho e estabelecimento de metas, planejamento das unidades escolares, correção do fluxo escolar.

Assim, instalou-se na SEE o controle dos resultados, mecanismos de concorrência interna[8] e diminuição de níveis hierárquicos.

Os recursos, repassados via APM, deveriam ser discutidos com seus membros e com o Conselho de Escola para sua execução, o que, em parte, trouxe a obrigatoriedade da presença da comunidade dentro da escola. Porém também ocorreu que muitos Diretores Executivos de APM foram responsabilizados pela aplicação indevida das verbas, respondendo solidariamente por isso com o Diretor de Escola.

Por meio da definição prévia dos padrões a serem atingidos, define-se o o conceito de qualidade a atingir.

Em termos democráticos, a qualidade da escola (ou da educação), como qualidade socialmente referida, deveria proporcionar aos alunos a capacidade de atuar em esferas predominantemente argumentativas, conforme se configuram as relações na sociedade contemporânea.

Conforme salienta Demo (2006, p.11), o debate neoliberal valoriza a educação, porém fica com a qualidade em educação como “qualidade formal, ligada à competitividade; deixa-se de fora a qualidade política [...] esconde as marcas estruturais e históricas do capitalismo [...] pratica-se visão funcionalista de educação subserviente ao mercado”. E continua “[...] a competitividade precisa de pessoas melhor educadas para excluir outras menos educadas, concentrando as oportunidades de desenvolvimento de modo predatório”.

A função controladora do Estado-avaliador se materializa mediante as avaliações externas. A avaliação, com sentido de poder, justifica as reformas e intervenções estatais, pois funciona como instrumento técnico que confere credibilidade às medidas administrativas e políticas. A responsabilização pelos resultados é imputada somente à escola, independente das condições de trabalho em que o processo ensino-aprendizagem ocorre. Trata-se de uma avaliação em que se mensura o desempenho dos alunos, cuja decisão do que avaliar é tomada em nível central.

Fragmenta-se o trabalho entre os que elaboram e os que executam. Define-se centralmente o produto da escola e implantam-se modelos para aferição desse produto. O professor deixa de ser sujeito da aprendizagem, visto que as habilidades e competências que o aluno deve demonstrar possuir são definidas pelas necessidades do sistema ocupacional.

Conclusão
Mediante a discussão empreendida, percebe-se que a avaliação pode servir a diversos propósitos, tanto para classificar, divulgar resultados e permitir a escolha dos clientes da educação, numa situação de quase-mercado, quanto usada para a alocação de recursos e identificação de necessidades da população-alvo, definindo as políticas públicas.

Os resultados das avaliações podem ser utilizados para envio de recursos e promoções individuais, numa avaliação de produtividade, desconsiderando as condições em que os resultados foram produzidos, correndo-se o risco de enviar mais recursos aos que menos necessitam. Para evitar tal disparidade, sugere-se a desvinculação dos resultados da avaliação às premiações meritórias e que a avaliação seja feita também pelos pares, visto que esses vivenciam os mesmos problemas, o que permitiria o aprofundamento das discussões sobre eles. A utilização dos dados deve necessariamente considerar as condições em que foram produzidos, utilizando os resultados para diagnosticar demandas e realizar as mudanças necessárias. A escola deve fazer o que é de sua responsabilidade considerando os sujeitos escolares. Não se pode culpabilizar o aluno, o professor e a escola, sozinhos pelos resultados, pois os dados são produzidos em realidades sócio-econômicas muito distintas. Nesse sentido, a avaliação da escola está ligada à qualidade social de seu entorno. Os resultados devem ser aproveitados para realizar mudanças, pois só adquirem valor para decidir o que fazer com eles.

Alguns autores propõem uma combinação da avaliação externa com a interna (BALZAN & DIAS SOBRINHO, 2000), feita pelos membros da comunidade escolar, dando maior credibilidade e veracidade aos resultados e impulsionando a comunidade para ações que melhorem o desempenho.
Entretanto, há possibilidade de estarmos sendo cooptados para atuar numa gestão de resultados, nos propósitos neoliberais, contrariando a concepção de educação e democratização da sociedade enquanto processos.

A necessidade de definir as políticas públicas, seu monitoramento e a alocação de recursos justificaria as avaliações em larga escala (DIAS SOBRINHO, 2002). A avaliação de sistemas e a avaliação das escolas são questões de políticas públicas. A avaliação de sistemas forneceria indicadores para as políticas públicas. O Estado deve acompanhar o que está ocorrendo nas escolas, porém não com intuito de instaurar modelos privatistas, mas de intervir para que se atinja a educação de qualidade, tal se caracterizando pela possibilidade de construção “da consciência social crítica que é capaz de revelar sujeitos autônomos” (DEMO, 1990).

Assim, sistemas externos de avaliação, como o Saresp, são decididos pela esfera central, sem participação daqueles que atuam diretamente na escola.

As provas são elaboradas por instituições contratadas pela SEE, não contemplando as realidades locais.

Ocorre certo engessamento do currículo[9], visando preparar os alunos para serem bem sucedidos nos testes. Indagamos se avaliam habilidades e competências que atendam ao mercado, porém e quando este mudar suas demandas?

São noções fundamentais da avaliação em seu sentido pleno, a participação e a negociação, de forma que a participação democrática tem que ser um de seus valores básicos ( DIAS SOBRINHO, 2002, p. 108).

Um número, uma informação, não deve levar à comparação entre instituições, pois apenas isso não a melhora, não há sentido sem interpretação/reflexão. A partir daí, organizar possibilidades para superar os problemas, trabalhando positivamente a questão, ou seja, conhecer (informação) – compreender/relacionar (reflexão) – emitir juízos de valor – tomar decisões e agir (DIAS SOBRINHO, 2002, p. 42-43, 167-169).

Faz-se necessário determinar a finalidade da avaliação: controlar, regular, fiscalizar (o que só necessita da informação) ou para a emancipação, superação de problemas, necessitando de reflexão coletiva.

A emergência do Estado-avaliador trouxe um retrocesso, pois recuperou pressupostos positivistas e quantitativistas, pois favoreceu a desvalorização da multirreferencialidade dos processos avaliativos. Houve emergência da avaliação, como dispositivo de controle pelo Estado, introduzindo a lógica do mercado.

Com a recessão econômica, o modelo do Estado-providência é associado à crise e à incapacidade de sair dela, colocando os direitos sociais e culturais em cheque, numa nova dinâmica do mercado. A opinião pública é manipulada quanto à falta de qualidade de ensino, avaliada por provas padronizadas em comparações internacionais, utilizadas como argumento para responsabilizar os sistemas educativos públicos pela crise econômica.

Para alterar esse contexto, torna-se necessário repolitizar o espaço escolar e atentar para as finalidades políticas da avaliação (AFONSO, 2001).

Como parte do Estado e da sociedade civil, a escola pública expressa suas tensões e contradições.
Todavia, num contexto despolitizado, a realização das transformações exigirá lideranças democráticas que se corresponsabilizem por essas transformações (AFONSO, 2001, p. 130-131).

Uma administração democrática da educação prioriza a participação dos atores escolares, criando condições para sua materialização.

Propõe-se, então, questionar o que avaliar, quem deve participar do processo e como deve participar. Tais respostas direcionarão o processo educacional para que a avaliação externa se torne um instrumento de diálogo entre todos as atores do processo educacional na definição de objetivos educacionais para o sistema.

Nessa perspectiva, a construção da qualidade na avaliação deve buscar a melhoria institucional, o autoconhecimento e a tomada de decisão, que envolvam o coletivo da escola. Fundamenta-se, portanto, na permanente reflexão coletiva sobre os processos e seus resultados.

Conforme refere Dias Sobrinho (2002, p. 62), “isso requer uma outra política e uma outra ética, para cuja construção os educadores, inclusive através de uma avaliação com clara intencionalidade educativa, devem procurar contribuir efetivamente”.

Corroborando com Dias Sobrinho (2002), Barroso (2003) discorre que é necessário fazer da definição e regulação das políticas educativas um processo de construção coletiva do bem comum que a educação deve oferecer, com justiça social, a todos os cidadãos, o que pressupõe o reforço das formas democráticas de participação e decisão.

Abstract: REFLECTIONS ON WAYS AND OBJECTIVES OF THE EVALUATION

The evaluation system is current topic in Education, particularly from years 90.

In this scenario, the results are linked to the evaluation of individual and school merits, with awards and rankings, losing the sense to propose to evaluate interventions that alter the situation, also heard the actors and giving them school working conditions that actually the scenario can be modified.
Thus, the discussion undertaken in the article, it is a distinction between measurement and evaluation and seek to understand the scenario in wich these practices occur.

Keywords: Systems Evaluation. Merit. Management. Educational Policy. State Reform.
 
Notas:
[1] Em seu artigo, Sousa (2001) traça um panorama histórico da avaliação educacional, da razão objetivista à razão plural e dialógica, passando pelo século XIX, anos 70, até os dias atuais.

[2] Para Hora (1994) para que se faça uma análise da situação escolar, devem ser considerados os indicadores externos e internos. Entre os indicadores externos, cita: informações sócio-econômicas, SAEB, informações sobre o desempenho do sistema educacional do país (ensino fundamental). Como indicadores internos, indica que as informações devem conter o perfil dos alunos e suas famílias além das expectativas e aspirações da comunidade. Incluiríamos também os resultados de matrícula final (evasão, retenção, promoção), o Censo Escolar e o Saresp.

[3] Atualmente, diminuiu com a aprovação nas séries intermediárias do ensino fundamental por apuração de freqüência, isto é, a progressão continuada (Del. CEE 9/97).

[4] Relaciona-se não somente a dificuldades intra-escolares, mas a problemas sócio-econômicos.

[5] Todos justificados principalmente pela economia de recursos. A SEE também proporcionou às equipes gestoras das escolas e das DEs, o “Circuito Gestão”, que inicialmente se comporia de nove módulos, mas parou no quinto, com grande deslocamento desses profissionais para os polos capacitadores.

[6] A esse respeito, a escola deve elaborar seu projeto político-pedagógico, porém não pode definir sua matriz curricular, por exemplo. Fica difícil a elaboração autônoma do Projeto Pedagógico, sem a possibilidade de alocação e destinação de recursos pela própria escola em função do projeto ali construído ( os recursos recebidos são direcionados).

[7] Diversos recursos têm sido atualmente enviadas às escolas para pintura nas férias e recessos, porém não podem ser utilizadas para pagamento de mão-de-obra, sugerindo-se que se façam parcerias com os pais e os participantes do Programa Escola da Família para a execução desta pintura.

[8] Foram ranqueadas as escolas em cores, de vermelho a azul, sendo que as vermelhas e laranjas tiveram que elaborar um Plano de Investimentos, sob acompanhamento da DE (Diretoria de Ensino) e seus gestores enviados com urgência ao Circuito Gestão. As azuis e verdes receberam recursos para gastar de forma menos “fechada” e 40 de seus alunos foram premiados com viagem. Gerou-se revolta entre os educadores, visto que se sentiram classificados.

[9] Atualmente, o currículo das escolas estaduais é pré-definido, com envio de material apostilado (caderno de aluno e caderno do professor), bimestralmente, às escolas, os quais às vezes chegam com atraso. Para o Ciclo I, foram publicadas as Expectativas de Aprendizagem (Res. SE 76/2008).
 
Referências Bibliográficas
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[1] Em seu artigo, Sousa (2001) traça um panorama histórico da avaliação educacional, da razão objetivista à razão plural e dialógica, passando pelo século XIX, anos 70, até os dias atuais.
[2] Para Hora (1994) para que se faça uma análise da situação escolar, devem ser considerados os indicadores externos e internos. Entre os indicadores externos, cita: informações sócio-econômicas, SAEB, informações sobre o desempenho do sistema educacional do país (ensino fundamental). Como indicadores internos, indica que as informações devem conter o perfil dos alunos e suas famílias além das expectativas e aspirações da comunidade. Incluiríamos também os resultados de matrícula final (evasão, retenção, promoção), o Censo Escolar e o Saresp.
[3] Atualmente, diminuiu com a aprovação nas séries intermediárias do ensino fundamental por apuração de frequência, isto é, a progressão continuada (Del. CEE 9/97).
[4] Relaciona-se não somente a dificuldades intra-escolares, mas a problemas sócio-econômicos.
[5] Todos justificados principalmente pela economia de recursos. A SEE também proporcionou às equipes gestoras das escolas e das DEs, o “Circuito Gestão”, que inicialmente se comporia de nove módulos, mas parou no quinto, com grande deslocamento desses profissionais para os polos capacitadores.
[6] A esse respeito, a escola deve elaborar seu projeto político-pedagógico, porém não pode definir sua matriz curricular, por exemplo. Fica difícil a elaboração autônoma do Projeto Pedagógico, sem a possibilidade de alocação e destinação de recursos pela própria escola em função do projeto ali construído ( os recursos recebidos são direcionados).
[7] Diversos recursos têm sido atualmente enviadas às escolas para pintura nas férias e recessos, porém não podem ser utilizadas para pagamento de mão-de-obra, sugerindo-se que se façam parcerias com os pais e os participantes do Programa Escola da Família para a execução desta pintura.
[8] Foram ranqueadas as escolas em cores, de vermelho a azul, sendo que as vermelhas e laranjas tiveram que elaborar um Plano de Investimentos, sob acompanhamento da DE (Diretoria de Ensino) e seus gestores enviados com urgência ao Circuito Gestão. As azuis e verdes receberam recursos para gastar de forma menos “fechada” e 40 de seus alunos foram premiados com viagem. Gerou-se revolta entre os educadores, visto que se sentiram classificados.
[9] Atualmente, o currículo das escolas estaduais é pré-definido, com envio de material apostilado (caderno de aluno e caderno do professor), bimestralmente, às escolas, os quais às vezes chegam com atraso. Para o Ciclo I, foram publicadas as Expectativas de Aprendizagem (Res. SE 76/2008).

24/05/2018

A QUEM SERVEM AS POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS?

Lapis
Resumo
Para o Brasil, inserido de forma periférica no capitalismo globalizado, falar em políticas públicas educacionais significa pensar por que, para que, para quem, elas mudam a cada governo, são tão lentas em sua implementação ou parecem apenas se preocupar com quantidades/resultados numéricos – estatísticas em suma, deixando a qualidade em segundo plano ou maquiando resultados qualitativos, por meio de indicadores de avaliação externos.

Palavras-chave políticas públicas,educação,cidadania.

Abstracts
In Brazil, , to say about educacional public polycis, means to think about why, for what, for whom, they change n each governance, they are so slow for implementacion or they look to worry just about quantities; numbers – statistics, leaving the quality in second step or quality results, through extern evaluation indicators.

Key-words public polycis, education, citizen.

Introdução
Começaremos pela definição de Cidadania.

Segundo Carvalho (2002, p.22), cidadania define-se por liberdade, participação, igualdade para todos – o que pressupõe a existência dos direitos civis, direitos políticos e direitos sociais. Questionamos: existe Cidadania no Brasil? Principalmente quanto aos direitos sociais – participação na riqueza coletiva – Educação, trabalho, salário, saúde – que dependem da administração do Poder Executivo, não há, com certeza, a existência necessária.

A Educação poderia contribuir para que existam estes direitos e a efetiva cidadania?
Retomemos a História do Brasil, traçando um rápido panorama, ainda conforme Carvalho. No Brasil colônia, não havia escolas, nem educação superior, nem ao menos cidadãos. Mesmo após a independência, não havia noção de Pátria, o voto dependia da renda. Com o advento da República e as diversas revoltas populares, começa a haver um sentimento de nação, só consolidado após 1930.

Em 1943, com a CLT, começam a surgir os direitos sociais e em 1945, com o voto universal, os direitos políticos. Porém, muitas vezes, estes direitos foram só formalmente reconhecidos, mas não materialmente efetivos. De qualquer forma, pode-se, em parte, pressupor que durante os governos populistas atingiu-se, em certo grau, o Welfare State. Acontece então o Golpe Militar de 1964. A primeira fase – 1964 a 1968, caracteriza-se pela repressão, combate à inflação, forte queda do salário mínimo. A segunda fase – 1968 a 1974, caracteriza-se por repressão violenta, Atos Institucionais, crescimento econômico, continuando a queda do salário mínimo. Na terceira fase – 1974 a 1985, ocorrem a “abertura”, crise do petróleo, crescimento negativo, concentração da população nas cidades (violência urbana), aumento da desigualdade, aumento das mulheres no mercado de trabalho, revogação do AI-5, Comunidades Educacionais de Base, abolição do bipartidarismo, associações de profissionais liberais – Ordem dos Advogados do Brasil, Associação Brasileira de Imprensa, dentre outros. Detalhemos um pouco mais este período, segundo os escritos de Saviani (2002, p.82):
Com efeito, por volta de 1960 já não dependíamos da importação de manufaturas. Produziam-se no país não apenas os bens de consumo não-duráveis, ...), mas também os bens de consumo duráveis, correspondentes à última fase do referido modelo. A meta de industrialização tinha sido, pois, atingida (...).
(...) De fato, se os empresariados nacional e internacional, as camadas médias, o operariado e as forças de esquerda se uniram em torno da bandeira da industrialização, as razões que os levaram a isso eram divergentes (...).
(...) A contradição acima apontada estava no centro da crise vivida pelo Brasil nos inícios dos anos 60. Daí a alternativa: ajustar a ideologia política ao modelo econômico ou vice-versa (...).
(...) Em termos educacionais, foi exatamente no período em que aflora a contradição antes referida que se ensaiou uma abertura maior na direção das aspirações populares, surgindo iniciativas como o Movimento de Educação de Base (MEB), as campanhas de alfabetização de adultos, os Centros de Cultura Popular, etc. Isso, porém, ocorreu à margem da organização escolar regular, constituindo uma espécie de ‘sistema paralelo’ para onde os estudantes universitários canalizavam seus anseios de reforma, compensando, assim, o não-atendimento de suas reivindicações pela reforma da própria universidade. Após 1964, cortadas aquelas alternativas e agravados os problemas em decorrência da adaptação do modelo econômico que, com o esgotamento do processo de substituições de importações, assume progressivamente as características do mercado associado dependente, torna-se a própria universidade o palco e o alvo das reivindicações reformistas. Em contrapartida, o governo tomava algumas medidas visando enquadrar o movimento estudantil e as universidades nas diretrizes do novo regime".
Após a redemocratização, promulgou-se a Constituição Federal, de 1988 – a Constituição Cidadã, e em 1989 ocorre a primeira eleição direta para Presidente da República, desde 1960, porém estes fatos não foram suficientes para alterar a desigual distribuição de renda, o desemprego continua e piora a eficácia concreta dos direitos sociais.Temos ainda o déficit da previdência e 32% da população constituída de analfabetos funcionais (menos de 4 anos de escolaridade), conforme nos mostra Carvalho (2002:passim).

Mesmo a propalada administração participativa ocorre num contexto que prioriza melhores condições de produtividade e qualidade em detrimento do fator humano; um instrumento globalizador, para modelização (massificação) de subjetividades dos trabalhadores.

Traçando um paralelo com a história global do mundo do trabalho – Taylorismo, Fordismo, Fayolismo – princípio inclusive aplicado à administração das escolas públicas (planejamento, organização, assistência à execução ou gerência, avaliação de resultados e prestação de contas ou relatórios), vemos que a situação atual do Brasil, já desde os anos 1990, é de inserção no neoliberalismo – Estado Mínimo, Estado Guarda-Noturno, atuação pontual, lógica do mercado e seus desdobramentos – desregulamentação, privatização, publicização, terceirização, flexibilização dos contratos de trabalho, administração pública gerencial, sendo que neste modelo de desenvolvimento da produção (pós-Fordismo), a expropriação da capacidade intelectual do trabalhador é tão importante quanto foi o domínio sobre sua capacidade física no modelo taylorista – fordista – o que logicamente “dirige” as políticas públicas e portanto, as políticas públicas educacionais.

Neste Estado Mínimo, perpetuam-se e se acentuam a pobreza e a exclusão, e a sociedade globalizada leva a uma agenda universalizada, inclusive na Educação.

A Educação, necessária para a democracia e a gestão participativa, precisa formar cidadãos em condições de deliberar em esferas dominantemente argumentativas, ou seja, a participação não pode ser dissociada da Educação para a Cidadania nem da formação de uma cultura política, nem da capacidade linguística de discernimento – Educação para a emancipação. Esta gestão participativa implica na negociação de políticas públicas.

A dependência de financiamento externo pelo Brasil, para a execução de suas políticas públicas, faz com que essas políticas sejam, de certa forma, dirigidas por instituições internacionais, como o Banco Mundial, que exigem a contrapartida destes investimentos. Se lermos os documentos do Banco Mundial relacionados às políticas públicas educacionais, fica claro que as diretrizes deste estão sendo seguidas no Brasil.

Ainda nestes documentos, fica claro que a ênfase deverá ser no Ensino Fundamental, o que também está na Lei 9394/96 (LDB). No discurso do Banco Mundial (1996:01) temos que:
A Educação é crucial para o crescimento econômico e a redução da pobreza. A evolução da tecnologia e as reformas econômicas estão provocando mudanças extraordinárias na estrutura das economias, das indústrias e os mercados de trabalho em todo o mundo (...). Os investimentos em Educação contribuem para o acúmulo de capital humano que é essencial para conseguir investimentos mais altos e um crescimento econômico sustentável. A educação, especialmente a Educação Básica (primária e secundária de primeiro ciclo), contribui para reduzir a pobreza ao aumentar a produtividade dos pobres, reduzir a fecundidade e melhorar a saúde, ao dotar as pessoas das atitudes que necessitam para participar plenamente na economia e na sociedade. De modo mais geral, a educação contribui para fortalecer as instituições civis, ao criar uma capacidade nacional e ao promover o bom governo, que são elementos essenciais para a implantação de políticas econômicas e sociais racionais”.
Nestes documentos, enfocam-se as diretrizes para os mais variados aspectos da educação, como conteúdo, currículos, formação de professores, educação profissional, calendário escolar, avaliação de desempenho, educação feminina, educação indígena, merenda escolar, parcerias, atuação das organizações não governamentais, municipalização do ensino, entre outras, falando-se também em acesso, equidade e qualidade. Quanto à equidade, podemos questionar, se trata de uma escola diferente para "os vários grupos desventurados que se superpõem, incluídos os pobres, as minorias linguísticas e étnicas, os nômades, os refugiados e as crianças que trabalham" (Banco Mundial, 1996, p.13) e se esta educação não estaria perpetuando as diferenças, ou mascarando-as, a fim de que esta população tenha acesso a alguns bens, somente para que não ocorram convulsões sociais. Mas não seria equidade diferente de qualidade, pois a segunda implica em qualidade para todos enquanto que a primeira, somente em ter escolas, isto é, garantir apenas o acesso?

Cumpre também ressaltar que no documento do Banco Mundial coloca-se a educação como um investimento de alta taxa de retorno, cerca de 10%.

Façamos parênteses, para analisar mais profundamente a política educacional paulista em 12 anos de governo do PMDB. Vejamos, a partir do governo André Franco Montoro, que, no discurso de posse disse: "descentralização e participação são os instrumentos desta nova política educacional” (Borges, 2002, p.32), no entanto, continuando a inadequada interação escola-comunidade, relações autoritárias, cobranças, ocorrendo apenas desconcentração, com o envio de recursos diretamente às escolas, embora a ideia básica do documento de governo em relação à Educação fosse “a descentralização com participação levaria à democratização da educação, propiciando a recuperação da dignidade da escola pública” (Borges, 2002, p.36).

Reforçamos que o Estado Democrático exige o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a ampla maioria da população e para a redução das desigualdades sociais, bem como para a participação efetiva da população no processo de tomada de decisão.

Ainda no governo Montoro, houve a análise das propostas curriculares, porém o processo participativo deu-se em nível de “consulta facultativa” e na forma de “participação concedida”, segundo Borges (2002, p.105), pois após inúmeras discussões com grupos de professores, prevaleceu a proposta do governo.

Como descentralização, houve a municipalização da merenda, da pré-escola e de reformas e construções de prédios escolares.

No governo de Orestes Quércia, as Delegacias de Ensino foram transformadas em unidades de despesa e houve a implantação das Oficinas Pedagógicas. Quanto à participação da comunidade, esta foi sempre chamada a colaborar, mas na solução de problemas pontuais, pois a solução de problemas substanciais foi sempre apresentada por Decretos, Resoluções, Portarias, partindo dos órgãos centrais da pasta. No governo de Fleury, houve uma tentativa de descentralização em nível de escola, com a implantação da Escola-padrão, porém mesmo nesta o magistério teve apenas participação passiva – “fez parte”, sem desta “tomar parte” (Borges, 2002, p.235).

Se compararmos estes governos ao atual, verificaremos que diversas ações/programas têm se repetido, sem que alcancem o resultado desejado ou mesmo que cheguem a uma conclusão. Na verdade, estas políticas não têm seguido os programas partidários, mas alternam-se ao sabor do Secretário de Educação em exercício no momento.

Sobretudo a partir dos anos 1990, com o neoliberalismo globalizado, as políticas públicas têm um caráter transnacional, existe uma Agenda Globalmente Estruturada para Educação (Dale, 2000, p.133). Nesta teoria, uma nova forma de força supranacional afeta os sistemas educativos nacionais. A economia capitalista mundial funciona como a força diretora da globalização e, embora intensamente mediada pelo local, atua sobre os sistemas educativos.

Na abordagem da Agenda Globalmente Estruturada para a Educação, a globalização é vista como sendo caracterizada por hiper-liberalismo, governação sem governo (as regulações são feitas pelo mercado) e mercadorização e consumismo. Lembremo-nos de Jontien, onde se reuniram os nove países mais pobres e populosos da Terra, para aprenderem a organizar uma Agenda Educacional e de cujo pacto o Brasil é signatário, pacto este claramente expresso na atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

As políticas públicas são o Estado em ação, sendo as políticas educacionais, políticas públicas de natureza social, que se constroem para e pela sociedade.

O Estado (e o Banco Mundial) preceituam acesso, permanência e qualidade para a Educação.
Todavia, a Educação de qualidade ultrapassa a sala de aula e objetiva uma sociedade educada – aquela composta de cidadãos críticos e criativos, capazes de indicar o rumo histórico, coletivamente pretendido.

Portanto, a definição de qualidade que concebemos é diferente daquela do Banco Mundial, pois não se está considerando a qualidade em educação como simples oferta desta para todos.
Nenhuma política pública é neutra, mas emerge da luta das classes da sociedade a que servirá. Assim, as características dos Estados transnacionais que compõem o cenário mundial atual precisam ser entendidas para que estas políticas também o sejam.

Considerações Finais
O atual momento brasileiro exige que coloquemos em prática os seguintes lemas gramscianos:
Instruí-vos, porque teremos necessidade de toda a nossa inteligência.
Agitai-vos, porque teremos necessidade de todo o nosso entusiasmo.
Organizai-vos, porque teremos necessidade de toda a nossa força. (Grisoni & Maggiori, 1973, p.47, apud Saviani, 2002, p.23).
Nas discussões anteriores, procuramos traçar um panorama histórico das políticas públicas educacionais no Brasil, enfocando-as em alguns momentos e quais as concepções do papel da Educação na sociedade ao longo das transformações sociais brasileiras, por que e para quem foram implantadas e alguns de seus resultados. Também questionamos estas políticas, implantadas numa economia dependente do capital mundial, de ideologia neo-liberal e agenda globalizada. Além disto, numa economia sabidamente dependente, os empréstimos e investimentos exigirão a contrapartida, em resultados que deverão atender às diretrizes dos investidores.

Esperamos que, a partir desta discussão, seja possível responder à indagação colocada no título do artigo – a quem servem as políticas públicas educacionais? – ou, ao menos, suscitar novos horizontes para analisar esta questão.

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20/05/2014

PARTICIPAÇÃO E AVALIAÇÃO: RELAÇÕES E POSSIBILIDADES

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PARTICIPAÇÃO E AVALIAÇÃO: RELAÇÕES E POSSIBILIDADES
Uma análise sobre a atuação do Conselho de Escola no Projeto Pedagógico e a avaliação de sistemas

“Participação e Avaliação: Relações e Possibilidades” foi escrito a partir de um estudo que teve como objetivo analisar a relação entre a participação e avaliação, isto é, a participação do Conselho de Escola no Projeto Pedagógico e os resultados de matrícula final - promoção, retenção, evasão que a escola atinge.

A pesquisa realizou-se no ano de 2007, em quatro escolas públicas estaduais em cidade da Região Metropolitana de Campinas - SP, localizadas em quatro diferentes regiões desta. Os instrumentos utilizados para coleta de dados foram questionário, entrevista semi-estruturada e análise documental.

Neste livro, participação e avaliação são discutidas enquanto políticas em suas relações com a democratização da gestão escolar, analisando as dificuldades e possibilidades para que se materialize, na realidade das escolas públicas estaduais paulistas. Por meio da análise empreendida, não foi encontrada relação entre participação e resultados das escolas: uma maior participação do Conselho de Escola não levou, necessariamente, ao aumento do índice de promoção e diminuição da retenção e evasão, uma vez que muitos outros fatores, como a descontinuidade das políticas educacionais e inclusive, estruturais e do plano de carreira, interferem. Tal relação, não linear e suas nuances foram discutidas ao longo do texto.

O aprendizado da participação e da democratização das relações na escola e na sociedade é defendido neste trabalho de Maria Ângela Paié Rodella Innocente, que entende serem eles processos em construção na educação brasileira, em busca de sua democracia.

O lançamento do livro ocorreu no dia 15 de fevereiro de 2012, às 19h e 30min, na "Cacau Delicie - Chocolaterie" no Shopping Welcome Center - Av. São Jerônimo, 120 - Americana, SP.

Veja o álbum completo deste evento clicando aqui.

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