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21/04/2025

EDUCADORES

 Em cada carteira, um universo.

Em cada olhar, uma história não contada.

Enquanto o mundo passava apressado pelos corredores,
ela parava.
Ela olhava.
Ela sentia.

Não era só uma inspetora de alunos...
Era uma cuidadora de silêncios,
uma leitora de dores disfarçadas em mochilas coloridas,
uma presença firme quando tudo parecia faltar.

Naquela escola, ela enxergava o que muitos não viam:
A criança que saiu de casa sem comer…
Aquela que escondia a tristeza porque a mãe tem depressão…
O menino que apanhou do irmão mais velho…
A menina assustada porque os pais gritaram a noite inteira…
O garoto que se sentia sozinho porque os pais trabalhavam demais…
A criança que escondia o medo por causa da bebida do pai…
Aquela que queria colo, mas só via brigas em casa.

Ela percebia tudo.
Sentia tudo.
Guardava tudo.

E, para agravar, eles quase sempre não têm professor.
E lá estava ela...
Acolhendo, ensinando, cuidando.
Por muitas vezes, sozinha, em meio a tanta demanda.
Muitas vezes foi professora na prática, com o coração — sem o devido preparo pedagógico.
Adoeceu porque foi além da função.
Acolhia como pessoa, educava como professora, organizava como inspetora
e orientava como quem ama o que faz.

Até que, um dia, não coube mais.
E o peso do amor virou cansaço.
O cuidado virou esgotamento.
E ela, que sempre acolheu o outro, precisou ser acolhida.

Burnout não veio porque ela deixou de se importar.
Veio porque se importava demais.
Porque cuidava demais.
Porque amava além do que podia carregar sozinha.

Essa homenagem é para ela,
que nunca foi só uma inspetora.
Foi escuta, foi colo, foi abrigo.

E sempre será Amor.❤️

Isa ✨✍🏼
Singela homenagem à você, mamãe.💐

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