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07/09/2025

OBRA LUIS FERNANDO VERISSIMO

 Obituário. Morreu Luis Fernando Verissimo.


Reconhecido como um dos nomes mais afiados da crônica brasileira no século XX, Luis Fernando Verissimo construiu uma multifacetada obra em quase tudo distante dos modelos literários cultivados pelo pai –– Erico Verissimo. Criou uma variedade de personagens que logo ingressaram no imaginário dos leitores, como Ed Mort, Velhinha de Taubaté ou Analista de Bagé; são figuras com as quais o escritor pôde estabelecer uma crítica afiada e bem-humorada do contexto brasileiro de então. Nascido em Porto Alegre, no dia 26 de setembro de 1936, Luis Fernando Verissimo passou parte da infância e da adolescência nos Estados Unidos, período em que o pai lidava com a União Panamericana ou com as atividades de professor na Universidade da Califórnia. A inclinação para a literatura começa exatamente nesse período quando cria com a irmã Clarissa um jornal íntimo chamado “O Patentino”, denunciando também um prenúncio do traço humorístico que adotaria mais tarde. É ainda nesse tempo que desenvolve sua paixão pelo jazz; depois de estudar saxofone, Verissimo chegou a integrar o grupo musical Renato e seu Sexteto. No regresso ao Brasil, além do grupo de jazz, passa a trabalhar na Editora Globo e nos jornais; passou pelo “Zero hora”, “Folha da manhã”, “Jornal do Brasil”, “O globo” e se destacou com uma página de humor na revista “Veja” entre 1982 e 1989. O primeiro livro que publicou foi “O popular”, recebendo boa recepção da crítica. Depois vieram títulos como “O analista de Bagé”, considerada sua Magnum Opus, “Comédias da vida privada”, que se fez um Best-Seller e abre uma série de publicações como “Novas comédias da vida privada” e “Comédias para se ler na escola”; neste mesmo gênero destacam-se “As mentiras que os homens contam”, cujo sucesso levou ao “As mentiras que as mulheres contam” Além da crônica, se dedicou ao cartoon (“As cobras” e “Aventuras da Família Brasil”), aos relatos de viagem (a série Traçando), ao conto (“Os últimos quartetos de Beethoven e outros cotos”), à novela (“Pega pra Kapput”e “O jardim do diabo”) e ao romance; neste último gênero, destacam-se “Borges e os orangotangos eternos”, “A décima segunda noite” e “Os espiões”. Foram mais de setenta títulos publicados e que mereceram os prêmios Trofeu HQ Mix (1996), Juca Pato (1996) e Jabuti (2010 e 2013). Luis Fernando Verissimo morreu no dia 30 de agosto de 2025 em Porto Alegre.

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