"Trabalhar mais para ganhar mínimo de sobrevivência", diz pesquisador da USP sobre mercado.
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12/05/2024
23/08/2018
INVESTIGAÇÃO E INVESTIGADORES EM EDUCAÇÃO: ANOTAÇÕES CRÍTICAS
INTRODUÇÃO:
Num contexto político e institucional marcado pela definição da investigação como “um dos principais motores do crescimento econômico e da competitividade”, consoante é afirmado pelo projeto de criação de um “Espaço Europeu de Investigação”, a pesquisa em Ciências da Educação em Portugal é confrontada com problemas novos e de assinalável impacto. As tensões entre investigação e prestação de serviços, entre crítica e expertise, entre criatividade e utilidade, entre outras, parecem avolumar- -se, no quadro do que alguns já designaram por “capitalismo acadêmico”, com a correspondente emergência do investigador-empreendedor, agindo em ambiente de concorrência e procurando responder funcionalmente a novos problemas sociais. A educação, conceito em acelerado processo de mutação, que de resto se arrisca a ser politicamente representado como arcaico e substituído por conceitos alternativos, poderá, no limite, vir a ser transformada num campo de intervenção de competentes profissionais da inovação e da indústria do conhecimento, reduzidos à prestação de serviços e subordinados às agendas do Estado, dos sectores privados e de toda a sorte de financiadores. Urge, portanto, discutir as orientações de natureza política, epistemológica e pragmática que afetam a investigação e os investigadores em Ciências da Educação, em contexto nacional e internacional, bem como avaliar os problemas próprios deste campo, as suas potencialidades e as perspectivas futuras que se encontram em aberto.
Acesse o artigo completo de Licínio C. Lima clicando aqui.
21/03/2017
MULHERES EM CARREIRAS DE PRESTÍGIO: CONQUISTAS E DESAFIOS À FEMINILIZAÇÃO
Vários artigos sobre mulheres e mundo do trabalho e ainda o tão discutido emponderamento feminino.
Moysés Kuhlmann Jr.
Editor responsável
Mulheres em carreiras de prestígio: conquistas e desafios à feminização
Maria Rosa Lombardi
Patrícia Tuma Martins Bertolin
Aline Tereza Borghi Leite
Luzinete Simões Minella
Maria da Gloria Bonelli
Maria Rosa Lombardi
Catherine Marry, Sophie Pochic
Lindamir Salete Casagrande, Angela Maria Freire de Lima e Souza
Regina Madalozzo, Rinaldo Artes
NOVAS TENDÊNCIAS OU VELHAS PERSISTÊNCIAS? MODERNIZAÇÃO E EXPANSÃO EDUCACIONAL NO BRASIL
Murillo Marschner Alves de Brito
Mary Garcia Castro, Miriam Abramovay
Karina Batthyany, Natalia Genta, Sol Scavino
Fabiana Silva Fernandes, Nelson Gimenes, Juliana dos Reis Domingues
Omar Turra, Desiderio Catriquir, Mario Valdés
Ivana Marková
21/05/2014
DESCENTRALIZAÇÃO, MUNICIPALIZAÇÃO E POLÍTICAS EDUCATIVAS
Resenha – DESCENTRALIZAÇÃO, MUNICIPALIZAÇÃO E POLÍTICAS EDUCATIVAS GIUBILEI, Sonia (Org.)
Como embasamento legal cita-se a Constituição Federal, a Emenda Constitucional 14/96, a Lei 9424/96 e a Lei Estadual 9143/95.
As vantagens apontadas para a municipalização são: maior racionalização de recursos; mecanismos de ação e solução mais rápidos; democratização do sistema; trabalho conjunto do poder público e da sociedade; maior proximidade entre dirigentes e cidadãos, o que proporcionaria a quebra do isolamento da escola em relação à comunidade a que pertence e pode levar à melhoria da qualidade de ensino.
Para que ocorra, são apontadas como necessidades a descentralização administrativa, a autonomia de gestão, recursos suficientes e assistência técnica.
São explicitadas duas teorias da administração: na teoria conservadora da administração, a participação é vista como meio para atingir os objetivos organizacionais e não como forma de emancipação dos indivíduos ou da sociedade; na teoria progressista da administração, a participação tem como objetivo a autonomia e emancipação do indivíduo na sociedade.
Para que se implemente o Sistema Municipal de Educação, é preciso que também se implementem o Conselho Municipal de Educação e o Conselho de Acompanhamento e Controle Social.
No entanto, a municipalização também pode atender à desregulamentação, controles dos gastos públicos e privatização, como representantes do ideário neoliberal e das orientações do Banco Mundial e suas políticas de caráter transnacional.
Nessa ótica, podem ocorrer alguns problemas, como: apenas a transferência de encargos, sem a correspondentes transferência de recursos; o regionalismo, pelo despreparo do município, pondo em risco a autonomia das escolas e a prefeiturização do ensino.
Numa municipalização da educação ideal, torna-se necessário construir a escola única, que supere a cisão entre as redes de ensino, uma escola pertencente ao público, não ao governo.
A Educação deve ser encarada como direito do homem, junto com a liberdade, para que este tenha os meios intelectuais desta.
A Educação é direito de todos, enquanto uma escola cidadã, uma escola de qualidade, o que é diferente de todos na escola.
Propõe-se a gestão participativa, mediante a atuação dos Conselhos.
Definem-se as políticas públicas como o Estado em ação e as políticas educacionais como políticas públicas de natureza social, que se constroem para e pela sociedade.
Desta forma, define-se participação como fazer parte, tomar parte, ter parte.
No entanto, há diversas formas de participação: a de fato, a espontânea, a imposta, a voluntária, a provocada e a concedida.
A descentralização, que possa levar à municipalização, pode integrar a comunidade, trazendo para mais próximo da sociedade o poder de decisão, pois permite diferentes olhares sobre a mesma realidade, perdendo-se o medo da aproximação, pois quanto mais as pessoas se conhecem, mais são fortalecidas suas identidades.
A participação na gestão da escola implica no poder real de todos os envolvidos no processo de exercer uma ação ativa nas decisões sobre elaboração, execução e controle da aplicação de políticas educacionais.
Nesse sentido, a participação na ação relaciona-se às atividades de ensino, enquanto que a participação na política escolar se exprime na tomada de decisão, o que influencia a ação.
Propõe-se a construção de um Projeto Pedagógico que enfoque a gestão da escola e a formulação descentralizada de políticas educacionais.
A Educação de qualidade ultrapassa a sala de aula e objetiva uma sociedade educada – aquela composta de cidadãos críticos e criativos, capazes de indicar o rumo histórico, coletivamente pretendido (Demo).
O Conselho Municipal de Educação seria o espaço político para a elaboração e gestão da política educacional do município, constituindo-se na instituição incentivadora do aumento da participação popular nas tomadas de decisões, apoiando-se em instrumentos reais de democratização e gestão participativa.
Desta forma, os que têm a responsabilidade de implementar a política pública de gestão democrática teriam, também, o dever de criar mecanismos capazes de superar os obstáculos para tal.
Para a materialização do Conselho Municipal de Educação, a população precisa conhecer as atividades para ter transparência na veiculação das decisões e gestão democrática participativa. O Conselho precisa de autonomia política, econômica, técnico-pedagógica e administrativa.
A Democracia necessita de responsabilidade e compromisso com a organização.
Assim, para que o Conselho Municipal de Educação tenha gestão democrática, é necessário: socializar as informações sobre suas ações; interagir com a comunidade; construir políticas educacionais próprias; buscar condições para um trabalho interno eficaz.
O Conselho de Acompanhamento Social do FUNDEF precisa se tornar necessariamente lócus de poder de decisão.