Ideb: confira as 20 melhores escolas públicas do ensino médio no país.
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25/08/2024
16/06/2019
EVIDÊNCIAS E PÓS-POLÍTICA NA REDE DE ENSINO DE SÃO PAULO
Texto de Fernando Cássio
"Vou negando as aparências, disfarçando as evidências".
“Ao longo dos últimos anos, o Governo do Estado de São Paulo tem investido o dinheiro do contribuinte em diversos projetos de "formação de lideranças". Até aí, a decisão política de como formar seus quadros administrativos cabe a cada governo. Contudo, nada disso tem servido para atingir um dos maiores objetivos da dinastia tucana que governa São Paulo desde a década de 1990: elevar os indicadores educacionais paulistas aos píncaros da glória do Ideb e dos países da OCDE com IDH semelhante ao do estado mais rico do Brasil.
Será que não faltou investimentos massivos em carreira docente, salários, formação (não pasteurizada) e infraestrutura escolar? Talvez o estado que concentra mais de 30% do PIB nacional (e também possui um dos maiores PIB per capita) pudesse se colocar como ponta de lança - locomotiva do Brasil - de políticas sociais que lidem de verdade com o problema da evasão e do abandono escolar no Ensino Médio. Sem desculpinha e sem aquele bode expiatório de que os alunos vão embora da escola porque ela é chata e antiquada. Não basta flexibilizar o currículo. Não basta falar ao coração dos estudantes para que esses se sintam empoderados e capazes de pensar em "projetos de vida". A BNCC e as "inovações" educacionais público-privadas estão muito aquém das expectativas da juventude. Vão nas escolas e perguntem, como tanta gente que estuda a juventude tem feito há décadas no Brasil. Bem, mas "evidência" só é bão quando confirma nossas próprias crenças, né não?
Por exemplo: a Secretaria da Educação concluiu, ainda na gestão de José Renato Nalini, um estudo sobre a política de bônus iniciada em 2008 (aquela que dá dinheiro aos professores cujas escolas obtenham indicadores quantitativos melhores do que a média do estado). Ainda não li o estudo, mas sei que o resultado principal mostra uma correlação entre bônus e resultado nas avaliações que é muito mais fraca do que se esperava - provavelmente irrelevante. Além de uma pequena menção do ex-secretário ao estudo em uma entrevista ressentida, não se falou mais no assunto. E a política de bônus vai de vento em popa no Estado de São Paulo, a terra do progresso em que aqueles que mais pregam a "evidence-based education" são os mesmos que negam as evidências do fracasso de suas políticas educacionais.
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"Eu não posso enganar meu coração"
Agora a Secretaria da Educação lança um programa de headhunting de dirigentes regionais (e, posteriormente, de diretores escolares) chamado Líderes Públicos. Eu tenho me divertido lendo processos administrativos da educação paulista, e descobri que há alguns poucos anos a SEDUC desenvolveu um projeto chamado "Academia de Líderes", parceria com a Fundação Dom Cabral: um mélange bizarro de Paulo Freire com gestão empresarial e avaliação 360. Sabe-se lá o que foi feito disso. E sabe-se lá quanto custou.
A grande novidade desta forma de selecionar lideranças, diz o secretário, é que "com o novo processo não haverá indicação política". Muito bem, então estaríamos expurgando a política da gestão pública para incorporar a racionalidade superior da gestão privada. É a Reforma Gerencial do governo FHC diluída numa água turva em que agentes públicos e privados são cada vez mais indistinguíveis. Dizer que a gestão pública deve ir além da política tem um peso diferente hoje do que tinha nos anos 1990. Naquela década, penso eu, as pessoas do setor público sabiam que a alegada neutralidade política do discurso gestionário da competência era balela, e aproveitavam daquilo o que fosse útil para desmontar o Estado. Tenho a impressão – e por ora é só uma impressão – que os “jovens talentos” das reformas educacionais empresariais, formados na doxa gerencial das décadas passadas, estão cada vez mais convencidos de que não estão fazendo política. Alguns mais espertos, é claro, sabem o que estão fazendo.
A “bancada Lemann”, as parcerias público-privadas “sem custo” para o Estado, as assessorias para a formação de gestores públicos mediadas pela filantropia empresarial, nada disso é pura benemerência – ou, na chave invertida da esquerda, pura malevolência. Tudo isso é política, o que também inclui o ato negar as aparências e de disfarçar as evidências quando convém. Para os que estão escandalizados com a dispensa dos dirigentes regionais reprovados na “entrevista de emprego” com o secretário, me permitam dizer que a lógica privada de gestão já dá o tom na rede estadual paulista há mais de duas décadas. Os resultados produzidos – segundo a própria métrica avaliativa que esse pessoal adora – são pífios.
É evidente que um candidato não alinhado ao neopositivismo rastaquera da “nova” SEDUC (ex-SEE) jamais seria contratado para a função de dirigente regional de ensino. Os dirigentes que perderam seus cargos foram moídos pela mesma máquina que têm ajudado a fazer girar. É capaz que alguns ainda saiam acreditando que nada disso tem a ver com política. Eles precisam parar de seguir o coração e olhar mais para as evidências.”
Texto de Fernando Cássio.
12/09/2018
PENSAR A EDUCAÇÃO: INCÊNDIO NO MUSEU NACIONAL, CONSERVAÇÃO DA ÁGUA, ECONOMIA E DEMOCRACIA, BNCC, IDEB 2017
Conflitos na conservação da água em paisagens minerarias – Charles de Oliveira Fonseca e Vagner Luciano de Andrade
Em Minas Gerais importantes recortes do patrimônio geoecológico são apropriados pela mineração, consolidando-se cenários de impactos e conflitos.
Economia e verniz democrático: alta escolaridade e definhamento da política – Matheus da Cruz e Zica
Para nós educadores o fato desse candidato, apontado há meses como segundo colocado nas intenções de voto, ter como eleitorado principal um público considerado como portador de alta escolaridade deve ser um elemento crucial para nossas reflexões. Parece que nossa alta escolaridade produziu adultos de um nível muito baixo.
Incêndio do Museu Nacional – Educação em Pauta – Marcus Taborda
Na noite de domingo, um incêndio destruiu do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Na coluna desta semana, o jornalista da Rádio UFMG Educativa Vinicius Luiz conversou com o professor Marcus Taborda que lamentou a negligência de governos com o patrimônio histórico do país.
É preciso discutir a BNCC – Pensando Bem -Analise Silva
Na coluna Pensando Bem da semana, a professora da UFMG, Analise Silva, fala porque é importante discutir sobre a BNCC.
Resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2017
Nota Informativa do Ideb 2017 – INEP
Os resultados do Ideb 2017 para escola, município, unidade da federação, região e Brasil são calculados a partir do desempenho obtido pelos alunos que participaram do SAEB 2017 e das taxas de aprovação, calculadas com base nas informações prestadas ao Censo Escolar 2017.
Qual desempenho é adequado nos testes da Prova Brasil? – José Francisco Soares
A pedido da JEDUCA, o ex presidente do Inep, José Francisco Soares analisa possíveis fragilidades da cobertura, pontos que a imprensa normalmente não leva em conta na apuração do Ideb.
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