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23/05/2025

MULHERES NA LITERATURA

Esta mulher foi zombada, insultada, humilhada e criticada por todos simplesmente porque nasceu MULHER.

O nome dela era Grazia, Grazia Deledda. Ela era uma jovem da Sardenha, criada entre as montanhas de Nuoro, numa terra onde as meninas eram ensinadas a costurar, não a sonhar. Aos nove anos, ela teve que deixar a escola: a educação, para uma menina, era considerada desnecessária. Mas Grazia não desistiu. Ela continuou a estudar sozinha, em segredo, alimentando sua mente com livros e sua alma com palavras.

Quando era adolescente, quando viu a sua primeira história publicada numa revista, ela sentiu uma enorme alegria. Mas ao redor dela, um escândalo explodiu. Escrevendo? Para uma mulher? Que desgraça! Os vizinhos sussurraram, o padre abanou a cabeça, até a família dela olhou para ela com desaprovação. Era suposto uma mulher cuidar da casa, não escrever romances.

Mas Grazia era feita de perseverança. Ela não se deixou quebrar. Ela escreveu em segredo, quando todos estavam dormindo, transformando o silêncio das noites em páginas cheias de vida.

Quando adulta, mudou-se para Roma com um homem que acreditava nela mais do que qualquer outra pessoa: Palmiro Madesani. Não era uma história de amor típica: Palmiro não só casou com ela, mas foi o primeiro a protegê-la, a apoiá-la, a encorajá-la a perseguir os seus sonhos sem vergonha. E quando o mundo riu deles - uma mulher escritora e um homem que a apoiava - eles responderam com o silêncio daqueles que sabem para onde vão.

Grazia continuava a contar histórias de mulheres fortes e frágeis, de homens perdidos e de terras tão duras como o seu coração. E um dia, depois de anos de esforço e silêncio, o mundo finalmente percebeu nela.

Foi em 1926. Grazia Deledda, uma "pequena mulher sardenha" com apenas o ensino básico, recebeu o Prémio Nobel de Literatura.
Enquanto ela entrou no palco, ela não estava sozinha. Ao seu lado, de mãos dadas, estava Palmiro, o homem que sabia amá-la sem medo.
Porque amar de verdade significa isto: segurar-se mesmo quando todos te dizem para largar.

E a ti, Grazia, quero agradecer-te. Por nos ensinar que ser mulher não é maldição. É uma força que ilumina o mundo.

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