As mulheres escravizadas eram punidas de diversas maneiras, e essas punições aconteciam com frequência, de formas que refletiam a total posse sobre elas. De um lado, a escrava era literalmente propriedade do senhor, o que lhe dava total autoridade para fazer o que quisesse com ela, a qualquer momento. De outro, a esposa do senhor, muitas vezes ciente dessa dinâmica, podia ser ainda mais cruel, principalmente com as escravas que se destacavam pela aparência.
Hoje, estima-se que cerca de 19,6% dos afro-americanos tenham pelo menos 25% de ancestralidade europeia, o que equivale a ter um avô totalmente branco. Esses números revelam um aspecto aterrador da história: muitas mulheres escravizadas foram submetidas a abusos sexuais e estupros sistemáticos. Como consequência, praticamente todas as árvores genealógicas afro-americanas contêm, em algum ponto, um ancestral branco, seja um capataz, um proprietário de plantação ou até um estranho que a desejava. Essas mulheres não tinham como resistir, nem mesmo quando já eram casadas com um homem escravizado. E apesar de ser uma situação imposta, muitas vezes as esposas dos senhores as culpavam, punindo-as simplesmente por serem atraentes.
O fato de que um em cada cinco afro-americanos tenha, hoje, pelo menos 25% de ancestralidade branca conta uma história perturbadora. Isso revela a extensão da perda de dignidade que os escravizados sofreram. Durante grande parte da história dos Estados Unidos, os casamentos interraciais eram ilegais, e essa ancestralidade branca é, em grande parte, resultado direto da violência brutal e forçada de homens que impuseram suas vontades.
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