Segundo BLASI (2005, p. 101),
”A conferência de Jomtien influenciou os países da América Latina a colocarem a educação básica como centralidade das políticas educacionais. Tal interferência dos organismos internacionais foi no sentido de implementar políticas compensatórias para a diminuição da pobreza, na tentativa de suprir as funções do Estado que foram, no decorrer da década de 1980, desmontadas nos países latino-americanos. Além disso, essas políticas compensatórias do programa ‘Educação para Todos’ teve também o intuito de diminuir as tensões sociais causadas pelas políticas de ajuste e reforma estrutural, conduzidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo BM em diversos países do mundo”.
Para BLASI, “As propostas do Banco Mundial para a educação também estão permeadas da ideologia do “quase–mercado”. Seguindo as recomendações do BM, onde não for possível minimizar a gratuidade, cobrando aos estudantes pela educação, deve-se, até onde for possível, seguir os mecanismos o mercado(2005, p.15). Nos dizeres do BM:
“[...] assim, em vez de dar bolsas em determinados colégios subsidiados, deverão distribuir-se cupons aos estudantes para que paguem sua matrícula no colégio que preferirem, de forma tal que os colégios concorram entre si no mercado de alunos. Igualmente, se forem direcionados recursos públicos para a inovação ou o desenvolvimento, os estabelecimentos educacionais terão que concorrer num quase mercado: haverá um organismo que avalie as propostas e que diga quais são as mais eficientes”(CORAGGIO, 1996, p. 105 apud BLASI, 2005, p. 15). Ainda neste raciocínio, BLASI avoga “a hipótese de que as avaliações dos sistemas educacionais são importantes instrumentos dos governos que seguem a política de privatização, reforçada pelo ideário neoliberal”(BLASI, 2005, p.15)”.
A avaliação tipo accountability “é admitida como instrumento central, utilizada como disciplinadora e implementadora das reformas educacionais” (DIAS SOBRINHO apud BLASI, 2005, p. 70).
Para BLASI (2005, p. 168),
“O neoliberalismo, assim como outras formas prévias do capitalismo, têm seu começo, seu desenvolvimento, contradições, apogeu e também seu fim. Isso não significa que essa ideologia se esgotará por vontade própria; ao contrário, descontentamentos e pressões latentes em seu interior já vêm sendo expostos por várias forças de resistências, mesmo que ainda incipientes, que questionam essa nova etapa do capitalismo”.
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